Agora são 04:33 da manhã e fazem quatro ou mais horas que estou pesquisando, sem parar, sobre "A Gaivota". Esta vem sendo a dramaturgia propulsora na pesquisa e criação de nosso trabalho "Olhar do Outro - Intervenções Cênicas Na Cidade". Lendo agora, percebi pontos de identificação fortes meus - enquanto ator - com certos sentimentos dos personagens de Anton Tchekhov. Como consequência disso, algumas inspirações me vêm surgindo de leve para as intervenções.
Enfatizando Um Trecho:
Me interesso pelo momento em que, no texto, a atriz Nina expressa a seguinte fala (ao escritor Trepliov):
"E, agora, Kostia, já sei e compreendo que - em nosso trabalho -
tanto faz se atuamos no palco ou escrevemos,
o importante não é a glória, nem o brilho ou a realização dos sonhos,
e sim saber sofrer.
Saber carregar a cruz e ter fé!
Eu tenho fé e não sinto tanta dor e,
quando penso em minha profissão,
já não temo a vida."
Ler esse fragmento me faz pensar que:
"Saber sofrer", nesse sentido, implica aprender a conviver - na minha opinião - com a própria solidão. Não raro acontece de nesse universo, o ator ficar distante da família e dos amigos às vezes por prolongado período. Isso pode vir a se tornar rotina devido aos ensaios e apresentações em outras cidades. Potencializando esse exemplo, é válido lembrar que há cias teatrais as quais permanecem longas temporadas em vários países.
É possível, ainda, lincar o trecho "o importante não é a glória, nem o brilho ou a realização dos sonhos" com este vídeo muito interessante em que a atriz Fernanda Montenegro responde a seguinte questão "O que você diria para um ator que está começando?"
Post: Lumilan Noda
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