quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Selecionado para 5º Festival de Teatro de Rua de Porto Alegre


O projeto Olhar do Outro está super feliz em participar deste evento de Porto Alegre, aonde iremos dividir o espaço das ruas com grandes grupos de teatro de  POA, juntamente com grupos vindos da França, Espanha, São Paulo, Santa Catarina, Ceará, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.


Evoéeeee, vivendo de teatro.

 5º Festival de Teatro de Rua de Porto Alegre

Post por Tatiana Duarte

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Terceira Visão


Em outro sonho que tive, as impressões foram mais diferentes, neste eu estava em um galpão com várias pessoas no chão deitadas numas cobertas escuras. Quando uma mulher vem até mim e fala:
Mulher -Tu tens que cuidar da tua terceira visão
Fiquei intrigada e perguntei para ela:
Eu-Porque estás me falando isso?
Mulher- Às vezes tu passavas para as pessoas que és forte e segura, como um vendaval e elas entendiam que você suporta tudo.
Mulher-A prova disso é que quando tu passares na frente dos espelhos, verás um tigre albino, que vai querer te atacar, pular em você.
Neste local tinha um espelho e fui até ele para ver se tinha mesmo, e vi o tigre albino, que queria pular em mim. Ele era lindo, mas dava medo. E acordei em um susto.

Imagens: http://hyhyhy3.blogs.sapo.pt/3869.html


Post por Tatiana Duarte

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

O sonho da bicicleta


"Eu e mais várias pessoas estávamos caminhando a pé num asfalto que ligava uma cidade à outra. Nisso aparece uma bicicleta vindo ao nosso encontro. O curioso é que ninguém estava conduzindo ela e mesmo assim ela se mantinha em equilíbrio, se deslocando exatamente sobre a listra do centro do asfalto (Como se alguém, talvez há quilômetros dali, a tivesse empurrado ladeira a baixo).

Sei que a empurrei de volta e ela foi andando, seguindo a listra do meio... até sumir, mas agora no sentido contrário. Aonde ela iria parar ou se iria parar ou ainda quem iria ver ela eu não sabia.


Aí veio um policial a me condenar, dizendo que era proibido fazer aquilo, me empurrando uma culpa depois daquilo já ter sido feito por mim. Aí fiquei tentando achar um argumento que convencesse o policial de que, na verdade, não tinha como eu saber que aquilo era proibido. Bom, aquela condenação dele mesmo sem eu ter culpa fez eu me sentir culpado".

Post por Lumilan Noda

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Tema para experimentos longos

Estamos estendendo nossa pesquisa sobre o Olhar do Outro e com isso, vamos recriar movimentos  partindo de experimentos dos textos dentro do trabalho. Essa é uma maneria de continuar a pesquisa e apresentar essa versão de forma menor.
Como estímulos  temos que organizar algumas tarefas. O colega Lumilan Noda, pensou em alguns bem interessantes:


"-Imaginei tu falando e eu só fazendo ações (a espuma ou a partitura do cabelo); 
e depois muda: enquanto eu falo, tu faz ações... aí a gente varia e faz tres momentos:
- Primeiro: os dois falando ao mesmo tempo
- Segundo: enquanto um fala o outro faz suas ações
-Terceiro: os dois fazem só as ações"


Alexandra também nos passou algumas tarefas para a pesquisa:
-Em que momento o trabalho toca mais a gente?
-Se reconhecemos no trabalho a nossa vida?
-Podemos usar tanto textos nossos, quanto os dos colegas, se tiver a ver com nós.




  Post por Tatiana Duarte

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Contribuições Digitais para a Arte


Hoje com os acessos de multimídias, entre outros aparatos de suporte para a recepção em arte, se torna mais acessível a cumplicidade de pesquisa em artes cênicas sobre mostra de vídeo, documentários, entre outros produtos do audiovisual, que constroem conteúdos mais reflexivos sobre pesquisas dos colegas na mesma área ou em outras.
Deste modo a pesquisa tem uma melhor comunicação, absorvemos maior os símbolos digitais. Para os grupos culturais é fundamental, pois mostra a linha de pensamento do ator e suas investigações, essa informação conduz a reproduzir repertorio cultual, junto com a comunicação artística.  




Pesquisa acerca das técnicas do ator,  e suas possibilidades para cena. Experimentando no corpo os riscos e partituras. 

Post por Tatiana Duarte

domingo, 3 de fevereiro de 2013

A palavra engolida: um estímulo à ação performática


"Palavras que merecem naturalmente seguir o fluxo da expressão, mas que, por alguma circunstância desconhecida, acham um jeito de se esconder."

Naquela tarde eu e a Tatiana já sabíamos, em parte, os exercícios que iríamos nos submeter no palco do Teatro do COP, pois, uma semana antes, na minha casa, conversamos e os definimos: falar por 30 minutos seria um dos jogos principais. E assim foi, iniciamos caminhando pelo espaço de jogo, nos percebendo e percebendo o espaço como um todo, sentindo as tábuas nos pés e os pés nas tábuas, os diferentes sons que os pés pisando nas tábuas causavam, os rasantes baixos que os morcegos davam em nós e, o mais importante, nos mantemos olhando nos olhos um do outro, durante todos os instantes em que isso fosse possível. 

Ativamos o despertador para soar quando dessem 30 minutos e começamos com aquela tarefa aparentemente simples e cotidiana para muitas pessoas: falar! Os assuntos aconteceram aleatórios, pelo menos pra mim, porque a preocupação maior (já que era regra do nosso jogo) se mantinha em falar sem parar, "o quê", não importava. Eu não fazia ideia do que a Tati falava porque minha concentração estava em ter o que dizer. Por vezes, o meu assunto parecia que estava acabando, e, não sabendo sobre o que eu falaria depois, usei exatamente isso como fala, o que desencadeou mais e mais assunto, assim, espontaneamente.

Em certo momento, já estávamos tão habituados àquela experiência que conseguimos um entrar no assunto do outro. Podíamos com eficácia compreender um o que o outro dizia sem que, para isso, precisássemos nos silenciar. A Tati sem interromper o jogo me convidou para dar a volta na quadra e o fizemos: além de dialogar entre nós, observamos o estranhamento óbvio das pessoas que cruzavam por nós e comentamos isso verbalmente. Falei tanta coisa, até coisas que, em momentos da minha vida, queria ter falado, julguei muitíssimo importante ter dito e, por conta de alguma coisa - talvez até timidez - não falei.

Este processo também me faz questionar isso: quantas coisas essenciais, em vez de dizer, as pessoas não "engolem" por recear as reações do ouvinte. Penso nas expressões artísticas (principalmente música, pintura e teatro) que já falaram tantas coisas por mim e como isso me deixou mais aliviado, de certa forma. Ou quando eu dirigi Fim de Partida, de Beckett, em Encenação I, o quanto os atores expressaram bem o modo como eu, às vezes, sinto a vida.

Eu torço pra que esse processo de criação cênica ao qual eu e a Tati estamos nos inserindo agora, ao chegar no seu produto final, possa não apenas falar por mim e por ela, mas principalmente por todos aqueles que, alguma vez na vida, já passaram por isso. E assim, como toda pesquisa teatral, por intermédio de nossa sincera entrega vem se constituindo um novo material de trabalho, cada vez mais consistente e a cada encontro mais fluidamente. Poderá gerar um ato performático (se é que o próprio exercício já não foi) ou uma cena, ou cenas em que a performance, na sua essência e característica, esteja presente.

Lumilan Noda Vieira