terça-feira, 5 de agosto de 2014

Textos e pesquisas

Nesta fase, todo o trabalho de ensaios está com uma entrega importante do grupo, o que inclui os textos que irão compor a dramaturgia, indicados pela nossa diretora, Alexandra Dias, além da pesquisa realizada junto aos feirantes da cidade de Pelotas.

Alguns textos já se fazem presentes para nós no processo:


"-Atenção, atenção! A farsa e a Máscara, tão antigas quanto o mundo, vão mais uma vez lhes mostrar a verdadeira história da humanidade. Eis que se levanta a cortina: o amor, a paixão, a sorte, todo este jogo, conhecido pelo nome de vida humana, vai desfilar diante de nossos olhos. Vocês vão poder rir, compadecer-se dos personagens."

Outros textos dos próprios feirantes também sevem de estímulo na criação de uma cena poética e sensível na construção de personas que ainda estão em fase de criação.




Textos dos Feirantes - Simões Lopes, a feira considerada mais antiga pelos feirantes do local.

Ector trabalha na feira já faz 10 anos, desde criança frequenta a feira com seus pais, o pai já faleceu, os pais eram feirantes, ele é de Canguçu, tem dois filhos uma menina e um menino. A menina tem 10 anos gosta de ir para feira pois conversa com os clientes e trabalha. Nas férias da escola, o que ela mais gosta de fazer é ir à feira. Já o menino gosta de ficar dormindo. O pai comenta que a feira do bairro Simões Lopes é a mais antiga da cidade e que os colonos não são mais a maioria dos feirantes.

"-Eu sou alemão mesmo, meu pai e minha mãe são alemães mesmo, meu avô veio da Alemanha."

Jussara é uma senhora que mora em Morro Redondo, cultiva os próprios produtos que vende, e "tem muitas histórias tristes e felizes por aqui", conta ela, "tenho 30 anos de feira". Jussara não gosta de circo, porque ela se sente desconfortável com saltos arriscados dos acrobatas.

"- Eles se machucam muito, essas frescura de se machucar eu não gosto."

"-Quando eu vou para lavoura levo meu rádio a pilha e fico escutando música gauchesca bem alto. Meu marido me chama e nem escuto."

"-Eu gosto de escutar musica e ver novela tudo junto, é bom para descansar a cabeça."

Raquel, polaca mais nova é que mora no Cinóte, pra quem vai para Capão do Leão. Ela conheceu seu marido em um jogo de futebol, ele chegou de moto e começaram a conversar com ela e assim foi até que se casaram ( envergonhada olhando para baixo, enquanto conta e revira as cenouras). Vinte e três anos de casamento e de feira com o marido, ele é feirante e por consequência ela se tornou feirante, eles tiveram 4 filhos, uma faleceu, as outras três não quiseram seguir o caminho da feira. A mais velha é formada, a do meio faz faculdade de educação física, a mais nova estava atrás de emprego e enquanto não arruma ela faz almoço para todos da família.

"-Nunca fui chegada em baile, nem meu marido."

Post Tatiana Duarte

    

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